Voltalia prevê antecipar em mais de 3 anos usinas eólicas negociadas em leilão

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A empresa de energia renovável francesa Voltalia espera antecipar em mais de três anos a conclusão de parques eólicos que vai construir no Rio Grande do Norte, após obter contratos para a venda da produção futura das usinas em leilão do governo brasileiro na semana passada, disse à Reuters o principal executivo da companhia no Brasil.

A Voltalia negociou 60 megawatts médios em energia na licitação, realizada na sexta-feira, o equivalente a usinas com 115 megawatts em capacidade instalada que precisariam por contrato iniciar as operações em janeiro de 2024.

Mas os projetos ficarão na mesma região de outros viabilizados pela empresa em um leilão em dezembro, que já têm trabalhos em andamento e providenciarão uma infraestrutura que poderá acelerar o projeto e reduzir custos nas novas unidades, como canteiros de obras e a linha de transmissão que ligará os parques à rede, explicou o chefe da Voltalia no Brasil, Robert Klein.

“Isso nos permitiu justamente contar com uma antecipação de mais de três anos a contar da data inicial do contrato regulado, em janeiro de 2024. Isso, evidentemente, nos faz ganhar competitividade”, afirmou o executivo.

Além disso, a Voltalia disse que a conclusão acelerada dos projetos permitirá que a energia produzida entre o segundo semestre de 2020 e o início de 2024 seja vendida pelas usinas no mercado livre de eletricidade para grandes clientes, como indústrias, a preços mais de 60 por cento superiores aos obtidos na licitação do governo.

A estratégia de antecipação do cronograma e das vendas foi importante para que a Voltalia tivesse sucesso no leilão, onde os parques eólicos vitoriosos apresentaram ofertas com tarifas em média 60 por cento abaixo do teto estabelecido pelo governo.

Os empreendimentos da empresa obtiveram preços finais de 93 reais por megawatt-hora, contra 227 reais da tarifa-teto para as eólicas.

A expectativa da Voltalia é que com esses novos projetos seja possível ultrapassar em 2020 a meta do grupo de alcançar 1 gigawatt em projetos de geração de energia em operação pelo mundo.

Segundo a empresa, a marca deve ser alcançada com quase 70 por cento da capacidade no Brasil, enquanto projetos na Europa devem responder por quase 20 por cento e na África por 12 por cento.

EXPANSÃO BRASILEIRA

A Voltalia possui atualmente cerca de 433 megawatts em operação no Brasil, além de cerca de 170 megawatts em construção, sendo quase toda a capacidade em empreendimentos eólicos.

Sem contar esses empreendimentos e os negociados no último leilão, a companhia tem projetos em carteira suficientes para chegar próxima de 2 gigawatts no país, o que significa que ela deverá seguir atenta às próximas licitações para novos projetos.

Segundo Klein, a empresa pretende expandir agora sua atuação em energia solar no Brasil, uma vez que possui hoje apenas um pequeno projeto de 4 megawatts no Amapá.

“Acreditamos que esses 2 gigawatts serão alcançados com um misto entre eólica e solar”, apontou.

Segundo ele, a companhia está avaliando empréstimos junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ao Banco do Nordeste Brasileiro (BNB) como alternativas de financiamento de suas usinas, além de possíveis operações no mercado de capitais.

Fonte: Luciano Costa | Reuters