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Renováveis limitaram crescimento das emissões globais em 2023

Avanços das fontes solar e eólica e dos carros elétricos impediram que os lançamentos de CO2 na atmosfera triplicassem nos últimos cinco anos, mostra estudo da IEA

Ricardo Casarin | Portal Solar
https://www.portalsolar.com.br/noticias/mercado/internacional/renovaveis-limitaram-crescimento-das-emissoes-globais-em-2023

As emissões globais de dióxido de carbono (CO2) relacionadas ao setor de energia registraram crescimento de 1,1% em 2023, mostra levantamento da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). A análise indica que o aumento foi limitado pelo avanço da energia solar e eólica e da mobilidade elétrica. Conforme a IEA, não fossem as tecnologias de energia limpa, o incremento global das emissões da CO2 nos últimos cinco anos teria sido três vezes maior.

O estudo estima que as emissões aumentaram em 410 milhões de toneladas no ano passado, volume inferior aos 490 milhões contabilizados em 2022, atingindo um nível recorde de 37,4 bilhões de toneladas.

Uma redução excepcional na capacidade de geração hídrica, em razão de secas que atingiram diversos países, incluindo China e Estados Unidos, resultou em cerca de 40% do aumento das emissões em 2023, com muitas economias recorrendo a alternativas fósseis para compensar a redução da oferta de energia.

Não fosse esse cenário de baixa produção das hidrelétricas, as emissões globais relacionadas à geração de eletricidade teriam apresentado redução no ano passado, fazendo com que o aumento no setor de energia tivesse sido significativamente menor.

Redução em economias avançadas

Países de economia avançada obtiveram uma queda recorde de emissões de CO2 em 2023, mesmo registrando crescimento no PIB. Conforme a IEA, as emissões dessas nações atingiram o menor nível dos últimos 50 anos, com a demanda de carvão retrocedendo para patamares não vistos desde o início do século XX.

O declínio das emissões nesses países foi impulsionado por uma combinação de instalação de renováveis, transição de carvão para gás, aumento da eficiência energética e produção industrial menos intensa. A IEA destacou que 2023 foi o primeiro ano em que pelos menos metade da geração elétrica em economias avançadas veio de fontes de baixa emissão, como renováveis e nuclear.

A entidade alerta que o avanço das renováveis segue excessivamente concentrado nos países mais ricos, ilustrando a necessidade de aumentar os esforços para difundir investimento nessas tecnologias em economias emergente e em desenvolvimento. Em 2023, a China e os países de economia avançada representaram 90% da capacidade adicionada de energia solar e 95% das vendas de carros elétricos.

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