Mercado deve ter um volume transacionado de 45 milhões a 50 milhões dos chamados “I-RECs”, ou Certificado Internacional de Energia Renovável
InfoMoney
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O mercado brasileiro de certificados de energia renovável deverá dobrar de tamanho em 2023, alcançando um volume transacionado de 45 milhões a 50 milhões dos chamados “I-RECs”, em meio à preocupação cada vez maior das empresas em limpar seu consumo de energia elétrica.
A projeção é do Instituto Totum, responsável pela emissão local dos certificados, e que está trabalhando em novos produtos para atender a uma demanda mais sofisticada das empresas, que recentemente passaram a procurar desde certificação em base horária do consumo de energia até rastreabilidade de gás “verde”.
O Brasil fechou o ano passado com 22 milhões de I-RECs negociados, também dobrando em relação ao volume de 2021, segundo dados do Totum. O valor financeiro total das transações não é conhecido, uma vez que as negociações ocorrem bilateralmente entre as vendedoras –geradoras de energia e comercializadoras– e consumidores.
“Antigamente, várias empresas me procuravam para eu explicar o que é certificado de energia renovável, e no último ano, raramente isso aconteceu… Hoje temos mais de 60 empresas que vendem (I-RECs), o mercado está crescendo”, disse o presidente do Totum, Fernando Lopes, destacando o rápido crescimento das transações, que em 2019 somavam só 2 milhões de certificados.
Grande parte das elétricas brasileiras já comercializam I-RECs, principalmente em vendas casadas com seus contratos de fornecimento de energia elétrica a indústrias e empresas.
O I-REC funciona como um selo de origem da energia elétrica consumida. Cada certificado comprova que 1 megawatt-hora foi gerado por uma fonte renovável –eólica, solar, hídrica ou biomassa. As principais interessadas em adquiri-los são as empresas, que os utilizam para “limpar” seu consumo de eletricidade e reduzir ou eliminar emissões de escopo 2 (indiretas, pelo consumo de energia).
O Brasil é o segundo maior mercado de I-RECs entre os países do REC Standard –sistema adotado em países da América Latina, Ásia e África–, ficando atrás apenas da China.