Modalidade conta com 2,23 milhão de sistemas beneficiando 3,2 milhões de consumidores no país
Ricardo Casarin | Portal Solar
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A energia solar superou a marca de 25 GW em operação no Brasil na modalidade geração distribuída (GD), apontam dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apurados pelo Portal Solar. A modalidade permite que consumidores produzam a própria energia por meio de painéis fotovoltaicos.
O segmento soma 2,23 milhões de sistemas de energia solar que beneficiam 3,2 milhões de consumidores brasileiros. Somente em 2023, foram acrescentados 6,91 GW e o mercado ganhou mais de 500 mil novas unidades de consumo.
Levando em conta a geração centralizada, a fonte solar supera 36 GW em capacidade instalada no Brasil, o equivalente a 16% da matriz elétrica do país. A tecnologia só é superada pela geração hídrica em termos de potência operacional.
Mercados
A maior parte das instalações de GD solar no país é residencial. São 1,75 milhões de sistemas beneficiando 2,22 milhões de clientes, totalizando 12,1 GW. Em seguida, vem os mercados comercial, rural e industrial, com 7,1 GW, 3,6 GW e 1,7 GW, respectivamente.
Entre os estados, a liderança é de São Paulo, seguido de perto por Minas Gerais. Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso completam os cinco maiores mercados estaduais do Brasil.
Ranking da GD solar por estados
1- São Paulo: 3,40 GW
2- Minas Gerais: 3,34
3- Rio Grande do Sul: 2,56 GW
4- Paraná: 2,38 GW
5- Mato Grosso: 1,49 GW
Investimentos
Conforme levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), a GD solar já trouxe R$ 125,8 bilhões em investimentos, R$ 31,5 bilhões em arrecadação e mais de 745,6 mil empregos acumulados desde 2012, espalhados pelas cinco regiões do Brasil.
No total, a fonte solar representa mais de R$ 174,3 bilhões em novos investimentos, mais de R$ 48,7 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e gerou cerca de 1,1 milhão de empregos acumulados no Brasil. Com isso, também evitou a emissão de 44 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.
Potencial de crescimento
A tecnologia fotovoltaica já está presente em 5.548 municípios e em todos os estados brasileiros. De acordo com o presidente do conselho de administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk, com a energia solar, o país pode, em pouco tempo, tornar a matriz elétrica brasileira ainda mais limpa e renovável.
“Embora as 3,2 milhões de unidades consumidoras abastecidas com energia solar distribuída sejam motivo de comemoração, há ainda muito espaço para crescer, já que o Brasil possui cerca de 91,8 milhões de unidades consumidoras de energia elétrica no mercado cativo”, comentou.
“Devemos seguir o exemplo de países mais desenvolvidos nesta área, em especial a Austrália, que, com boas políticas públicas, tornou-se referência global no uso da energia solar em residências e empresas, com cerca de 30% das unidades consumidoras naquele país atendidas por sistemas fotovoltaicos”, ressaltou Koloszuk.
Já o CEO da Absolar, Rodrigo Sauaia, aponta que o crescimento da geração própria de energia solar fortalece a sustentabilidade, alivia o orçamento das famílias e amplia a competitividade dos setores produtivos brasileiros.
“A geração própria instalada em telhados, fachadas e pequenos terrenos, diretamente nos centros urbanos e de consumo, ajuda a fortalecer e traz mais resiliência à rede elétrica, ao concentrar a geração de eletricidade próximo dos locais de consumo. Isso reduz o uso da infraestrutura de transmissão, aliviando pressões sobre sua operação e diminuindo perdas em longas distâncias, o que contribui para a confiabilidade e a segurança em momentos críticos”, explicou.
“A fonte solar é, portanto, uma alavanca para o desenvolvimento social, econômico e ambiental do País. O crescimento da geração própria da energia fotovoltaica também amplia a atração de capital e impulsiona a geração de mais emprego e renda aos brasileiros”, concluiu Sauaia.