Relatório da IEA indica que aumento na capacidade de geração limpa deverá causar redução da energia fóssil
Ricardo Casarin | Portal Solar
As renováveis estão crescendo mais rápido do que a demanda global por energia elétrica e substituindo combustíveis fósseis, mostra estudo da Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês). Acréscimos de capacidades deverão ajudar a geração renovável crescer mais de 10% em 2022.
Apesar de um declínio de 3% na nuclear, a geração de baixo carbono deverá avançar 7% na média, resultando em uma queda de 1% na geração fóssil. Como resultado, as emissões de dióxido de carbono (CO2) do setor elétrico global devem cair em relação ao patamar histórico alcançado em 2021, embora em menos de 1%.
Conforme a pesquisa, o crescimento da demanda mundial por eletricidade mostra redução em 2022 em relação a forte recuperação registrada no ano passado. A desaceleração é resultado do enfraquecimento da economia e do aumento dos preços de energia, após o início da guerra na Ucrânia.
A IEA estima que a demanda global por eletricidade crescerá 2.4% nesse ano, após um avanço de 6% em 2021. Dessa forma, o desempenho segue em linha com a média obtida nos cinco anos anteriores à pandemia de Covid-19.
Gás natural cai e carvão avança
No primeiro semestre de 2022, os preços médios de gás natural estiveram quatro vezes mais altos na Europa em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto o preço do carvão mais do que triplicou, resultando em preços de energia três vezes maiores em muitos mercados.
Em razão da alta dos custos e gargalos logísticos, o gás natural está sendo substituído por carvão em muitas regiões, especialmente em países europeus que buscam reduzir sua dependência em relação ao fornecimento russo.
Globalmente, é esperado que a geração a carvão cresça um pouco em 2022, com o avanço na Europa compensado pela redução na China, onde a geração renovável tem forte crescimento e o incremento da demanda por eletricidade é apenas modesto.
A geração a gás deve cair em 2.6%, com reduções na Europa e América do Sul superando o avanço na América do Norte e Oriente Médio.