Enquanto isso, mundo precisa triplicar instalações renováveis para alinhar com 1,5°C
Nayara Machado / Agência EPBR
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O governo brasileiro publicou na última semana a atualização da sua contribuição nacionalmente determinada ao Acordo de Paris (NDC, na sigla em inglês), retornando às ambições depositadas na ONU em 2015 – mas cumpri-la está mais difícil.
A primeira meta é para 2025: o país poderá emitir no máximo 1,34 GtCO2e, o que representa uma redução de 48% das emissões em relação ao ano-base 2005 (ou cortar cerca de 1 bilhão de toneladas de CO2 em comparação com 2021).
O curtíssimo tempo coloca as emissões relacionadas a mudanças de uso da terra (MUT) no centro das atenções, especialmente na Amazônia, avalia uma nota técnica do Observatório no Clima.
“Os demais setores, como energia, processos industriais e resíduos, também apresentam grande potencial de redução de emissões; porém, estas demandam mais tempo para acontecer e dificilmente seriam implementadas na escala necessária até 2025”, explicam os autores.
“Por isso é essencial que o governo brasileiro continue e intensifique as ações de prevenção e controle do desmatamento enquanto elabora o planejamento e as ações preparatórias para mudanças estruturais nos demais setores”.
Pelos cálculos da organização, seria necessário limitar o desmatamento na Amazônia a uma taxa de cerca de 6 mil km2 em 2025, para alcançar de 46% nas emissões causadas pela destruição florestal – considerando um cenário em que as demais fontes de emissão do país permanecem estáveis.
“Cortar o desmatamento pela metade em pouco menos de três anos (2023-2025) pode parecer uma meta bastante agressiva, mas isso já foi feito antes”, afirma o OC.
O documento menciona o Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia (PPCDAm), que entrou em operação em 2004, ano em que a taxa de desmatamento foi a segunda maior já medida pelo Prodes-Inpe, 27.772 km2.
“Em 2005, a taxa caiu em 31%, para 19.014 km2. Em 2006, mais uma queda, de 25%, para 14.286 km2. Em apenas dois anos, portanto, o desmatamento foi reduzido em 48,5%. Em mais três anos, em 2009, a taxa havia caído mais 52%, para 7.464 km2”, completa.