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Brasil investirá mais de R$ 50 bilhões em linhas de transmissão para escoamento de renováveis

Anúncio foi feito pelo ministro Alexandre Silveira durante a inauguração do primeiro complexo de geração associada de eólica e solar no Brasil, no sertão paraibano

MME
Link para a matéria: https://www.gov.br/mme/pt-br/assuntos/noticias/brasil-investira-mais-de-r-50-bilhoes-em-linhas-de-transmissao-para-escoamento-de-renovaveis

“Teremos o maior programa de transmissão de energia elétrica no Nordeste brasileiro, com investimentos de aproximadamente R$ 50 bilhões, que permitirão a construção de mais parques que consigam associar e escoar a geração de energia solar e eólica no Brasil”. A afirmação é do Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, durante a inauguração do primeiro complexo de geração associada de energias renováveis no Brasil, nesta quarta-feira (22/3), na cidade de Santa Luzia, no sertão paraibano.

No evento, que entre os convidados estavam o presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva e a primeira dama, Janja Lula da Silva, Silveira destacou que o sol e o vento serão os maiores indutores de desenvolvimento do nordeste brasileiro, por meio da geração de energia limpa e renovável. “Este complexo, aqui em Santa Luzia, que estamos inaugurando, é apenas um exemplo do que podemos realizar neste país, com este programa. O nosso governo incentivará cada dia mais esse tipo de solução que utiliza a solar de dia e a eólica de madrugada, aproveitando melhor nosso Sistema Interligado Nacional (SIN)”, completou o ministro.

Segundo o secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia (MME), Gentil Nogueira, serão pelo menos três grandes leilões de transmissão em 2023 para garantir o crescimento das fontes eólica e solar no Norte de Minas Gerais e em todo o Nordeste brasileiro. “Leilões que serão fundamentais para o processo de transição energética, para o escoamento de energia eólica e solar do Nordeste e Norte do país, além do Norte de Minas Gerais, pautas consideradas prioritárias para o governo”, completou o secretário.

O Complexo Renovável Neoenergia, inaugurado nesta quarta-feira (22/3), pela empresa Neoenergia, é pioneiro na associação de energias geradas em parques eólicos e solar com linhas de transmissão e subestações conectadas ao SIN. São mais de 15 parques eólicos e 136 aerogeradores, com capacidade instalada de 471,2 MW, além de 228 mil painéis solares com potência instalada de 149,2 MW, ligados a 345 km de linha de transmissão. Isso significa uma entrada de mais de 600 megawatts (MW) de capacidade instalada de energia limpa no SIN, aumentando a otimização, bem como a renovabilidade da rede elétrica brasileira.

Esse tipo de associação, inédita no País, foi aprovada, no ano passado, pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), vinculada ao MME, para caracterizar usinas híbridas com outorgas de fontes diferentes. Neste caso, as do Complexo Eólico Chafariz e do Complexo Fotovoltaico Luzia, da Neoenergia. A medida permite, por exemplo, a simplificação dos procedimentos, tarifas e conexão que os parques geradores devem seguir para o acesso ao sistema de transmissão de energia elétrica. Ao todo, foram cerca de R$ 3,5 bilhões de investimentos privados voltados ao empreendimento.

Agora, com o programa, a ideia é que mais iniciativas façam esse tipo de associação e escoamento de energias renováveis, especialmente eólica e solar, para fortalecer o SIN e gerar mais oportunidades aos brasileiros que vivem nas comunidades ricas em recursos naturais. “Esse é o olhar social e ambiental que queremos dar e que são fundamentais para a atração de investimentos no nosso país. Por isso, mais uma vez, o Brasil ocupará o seu lugar de destaque no mundo e teremos dias melhores para o nosso povo”, destacou o ministro.

Fontes renováveis de oportunidades

Desde a construção, só o Complexo Renovável Neoenergia, na Paraíba, gerou mais de 3,6 mil empregos diretos e indiretos, 40% de mão de obra local. Além disso, foi arrendada uma área de 8.700 hectares, por 250 famílias, nos municípios de Santa Luiza, Areia de Baraúnas, São José de Sabugi e São Mamede, possibilitando uma renda mensal aos proprietários. Um deles é o agricultor Severino Olegário, de 50 anos. Ele arrendou terras para a construção do parque eólico Neoenergia Chafariz, na comunidade de Pinga, em Santa Luzia, e desde então viu bons e prósperos ventos circularem na região.

“Tudo isso acabou gerando muitas chances de estudos para nossos filhos se formarem em uma área nova, oportunidades de recursos, oferecendo uma forma de renda aos proprietários, além de melhores acessos à comunidade, da regularização fundiária e da proteção do meio ambiente’’, contou o paraibano, que ainda construiu um restaurante para atender os trabalhadores das obras e que até hoje funciona, gerando mais uma fonte de renda para Olegário e a família, e uma opção de turismo na região.

Além de desenvolver socialmente a região, o complexo será um agente de descarbonização do País, com previsão de redução de 125,5 mil toneladas de CO² por ano. A empresa também atua com a recuperação de vegetação nativa nas áreas que integram o Complexo Renovável Neoenergia. “Um marco alcançado no sentido de atingir 90% da nossa capacidade instalada em energia limpa, com geração de oportunidades, atendendo os brasileiros com segurança”, afirma o CEO da Neoenergia, Eduardo Capelastegui.

Renováveis protagonizam matriz energética nacional

Segundo dados do Boletim Mensal de Energia de janeiro de 2023 do MME, atualmente, a capacidade instalada do sistema elétrico brasileiro é de 209 mil megawatts. Desse total, 85% vem de matriz renovável. A maior fonte é a hidrelétrica, com 53% da capacidade instalada e geração de 109 mil megawatts. Depois, vem a solar, com 12% da capacidade instalada e geração de 25.918 megawatts. Em terceiro lugar, vem a eólica, responsável por 12% da capacidade instalada do País, com cerca de 24,8 mil megawatts.

Também participaram do evento nesta quarta-feira a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, o ministro chefe da SG/PR, Márcio Macêdo, o governador da Paraíba, João Azevêdo, o CEO da Neoenergia, Eduardo Capelastegui, e o diretor executivo da Iberdrola, Ignacio Galán.

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