Brasil conquista liderança global: ZPE Ceará, no Porto de Pecém, é eleita a melhor zona econômica especial do mundo em 2025

Reconhecimento internacional da fDi Intelligence coloca a ZPE do Ceará, instalada no Porto de Pecém, no topo do ranking global de zonas econômicas especiais e destaca o protagonismo do Nordeste no desenvolvimento industrial sustentável.

Em um cenário de crescente disputa global por investimentos e cadeias produtivas sustentáveis, o Brasil conquistou um feito inédito: a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará, instalada no entorno do Complexo Industrial e Portuário do Pecém, foi eleita a melhor zona econômica especial do mundo em 2025, segundo o ranking Global Free Zones of the Year, elaborado pela fDi Intelligence, divisão do Financial Times especializada em investimentos estrangeiros diretos (FDI).

Além de liderar a classificação geral, a ZPE Ceará também recebeu o prêmio de melhor zona industrial global, superando concorrentes tradicionais como Jebel Ali Free Zone (Emirados Árabes Unidos), Sohar Free Zone (Omã) e Coyol Free Zone (Costa Rica). O resultado coloca o Brasil — e especialmente o Nordeste — no mapa das zonas econômicas mais competitivas do planeta.

De acordo com a fDi Intelligence, a avaliação considerou cerca de 80 zonas econômicas especiais em três categorias principais: industriais, de serviços e conhecimento, e zonas emergentes (rising stars). O júri, composto por seis especialistas internacionais, avaliou critérios como crescimento real da ocupação, número de empregos diretos, engajamento com stakeholders locais, sustentabilidade ambiental, governança e estratégia de atração de investimentos.

Os jurados destacaram a capacidade da ZPE Ceará de estruturar um modelo institucional sólido e confiável, com previsibilidade regulatória e foco em sustentabilidade. O aumento expressivo da área ocupada, a ampliação do número de empresas instaladas e o crescimento dos empregos diretos foram fatores determinantes para a vitória. Também pesaram positivamente o engajamento com as comunidades locais e a sinergia com o Porto de Pecém, que fortalece a integração logística e industrial da região.

O Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE), think tank com sede no Rio Grande do Norte e atuação regional, destaca a conquista como um marco para o fortalecimento da economia verde no Nordeste. A instituição, que atua na formulação de políticas e estudos voltados ao aproveitamento sustentável dos recursos naturais, vê o reconhecimento da ZPE como resultado direto da visão de desenvolvimento integrada que o Nordeste vem construindo.

Para o presidente do conselho do CERNE, Jean Paul Prates, “a conquista da ZPE Ceará é a prova de que o Nordeste está preparado para liderar uma nova etapa de desenvolvimento no Brasil — baseada em energia limpa, inovação tecnológica e cadeias produtivas sustentáveis”. Ele destaca que essa vitória não é isolada: “é o reflexo de um planejamento regional que o CERNE tem ajudado a consolidar, aproximando a agenda industrial da agenda energética.”

O CERNE avalia que o resultado obtido pela ZPE Ceará contribui diretamente para ampliar a visibilidade internacional do Nordeste como plataforma de exportação verde e para atrair novos investimentos em setores estratégicos, como hidrogênio verde, metalurgia de baixo carbono e manufatura limpa. A conquista também reforça o papel das zonas econômicas especiais brasileiras como instrumentos de política industrial e ambiental de longo prazo.

O presidente do CERNE, Darlan Santos, ressalta que “o resultado demonstra que o Brasil pode disputar espaço entre as maiores zonas industriais do mundo, combinando políticas públicas consistentes, sustentabilidade e integração regional. É um divisor de águas para o Nordeste e um exemplo de como a cooperação entre Estado e iniciativa privada gera desenvolvimento real.”

O reconhecimento da fDi Intelligence tem potencial para ampliar a visibilidade internacional do Ceará e atrair novos investimentos, especialmente nos setores de energia limpa, hidrogênio verde, metalurgia e manufatura de baixo carbono. A conquista também reforça a credibilidade do modelo ZPE no Brasil, que atualmente conta com 27 zonas autorizadas, sendo sete em operação.

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