O Chairman do CERNE, Jean Paul Prates, participou do seminário preparatório para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30). A iniciativa foi promovida pela Superintendência Regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e contou com a presença da governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra, além de representantes de órgãos ambientais, instituições acadêmicas, entidades da sociedade civil e movimentos sociais.
O seminário teve como objetivo discutir os desafios relacionados à desertificação no Semiárido potiguar e apresentar propostas voltadas à mitigação dos impactos ambientais na região. As contribuições visam compor a pauta do estado para a COP 30, que será realizada em novembro de 2025, em Belém (PA).
Durante sua fala, Jean Paul Prates destacou o preconceito histórico e a incompreensão que ainda envolvem o Nordeste brasileiro, especialmente no que diz respeito à Caatinga, bioma frequentemente considerado inerte ou sem valor. Ele chamou atenção para a gravidade da situação: cerca de 80% da cobertura original da Caatinga já foi devastada, e apenas uma pequena parcela está atualmente protegida por legislação ambiental. O cenário contrasta com a maior visibilidade nacional atribuída à outros biomas.
Prates também ressaltou o potencial do Nordeste para liderar a transição energética no Brasil por meio do uso de fontes limpas, como a energia eólica. No entanto, apontou a necessidade de estruturação dos órgãos ambientais locais, de modo a garantir agilidade e eficiência nos processos de licenciamento de projetos sustentáveis. Por fim, defendeu a criação de marcos legais sólidos que assegurem segurança jurídica, valorizem os recursos naturais da região e promovam o desenvolvimento sustentável da Caatinga e de todo o Semiárido.