Fórum Nacional Eólico debate o papel das renováveis na transição energética

Segundo especialista da Petrobras, até 2027 as adições de capacidade de geração elétrica serão dominadas pelas fontes renováveis

O segundo dia do 15º Fórum Nacional Eólico contou com uma palestra do diretor em transição energética e sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim. Na ocasião, o representante da Petrobras abordou o papel das renováveis na transição energética.

O diretor em transição energética e sustentabilidade da Petrobras afirmou que as adições de capacidade de geração elétrica serão dominadas pelas fontes renováveis até 2027. Segundo Tolmasquim, no futuro a energia elétrica estará presente em todos os itens, gerando uma eletrificação da economia, que se for realizada a partir da energia renovável, implicará na descarbonização.

Em setores em que a eletricidade apresenta dificuldades para se inserir, como os do aço, cimento, plástico e transportes mais pesados, que correspondem a 30% do total de emissões de carbono no setor de energia e indústria, Maurício Tolmasquim enxerga a solução no hidrogênio, seja ele verde ou azul. “O hidrogênio possui um papel fundamental, pois é o último elo que permitirá a descarbonização da economia, pois apesar da eletricidade ser mais eficiente, o hidrogênio é capaz de entrar em locais de difícil acesso”.

No cenário mundial, Tolmasquim percebe que o Brasil está muito bem situado. Enquanto apenas 15% da matriz elétrica mundial é renovável, no Brasil esse valor chega a 45%.

Em relação ao potencial solar no Brasil, a geração tem capacidade de atingir até 28 mil GW de potência, representando 50 vezes toda a capacidade instalada do que existe atualmente. Segundo o especialista da Petrobras, o potencial solar brasileiro supera amplamente a demanda do país.

Já em relação a energia eólica, o país possui um potencial de 800 GW para o onshore, além dos 700 GW de potencial offshore. A geração eólica onshore atualmente domina a adição de capacidade, mas os projetos offshore vem apresentando bastante crescimento.

“Hoje o Brasil é o 6º país no mundo com maior capacidade instalada em eólica. Porém, muito rapidamente o Brasil deve ultrapassar a Espanha e a Índia, passando a ocupar o quarto lugar no mundo”, afirmou.

Ao encerrar sua participação, Maurício Tolmasquim enfatizou a importância de reforços nas linhas de transmissão para a exploração do potencial energético renovável brasileiro. “Se não houver investimento em transmissão não será possível expandir e operar o sistema de energia renovável”, concluiu.

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