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Água e estiagem: os desafios para gestão e abastecimento no nordeste

Os desafios para o suprimento de água na região semiárida foi o tema do primeiro Ciclo de Debates do Conselho Técnico Científico do CERNE, realizado nesta quarta-feira (29), no mini auditório do Instituto Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte (IFRN). Autoridades, estudantes e pesquisadores estiveram reunidos para discutir as soluções para o cenário hidrológico e os enfrentamentos que envolvem os recursos hídricos no Nordeste e Rio Grande do Norte.

“Um dos papéis do CERNE é trazer as instituições de ensino e pesquisa para pautarmos temas relevantes, dentre eles a questão da água”, afirmou o presidente da entidade , Jean-Paul Prates, na abertura do evento, explicando o trabalho do Conselho Técnico Científico. Ele disse que o ponto importante para discussão atualmente é a inovação tecnológica como ferramenta para melhor gestão do abastecimento de água em regiões semiáridas.

O Diretor-Geral do Campus Natal-Central do IFRN, Jose Arnóbio, elogiou a ação do CERNE em promover o debate e também a criação do Conselho Técnico Científico como fonte articuladora da aproximação entre pesquisadores, empresas e a sociedade, ao qual a instituição de ensino inclusive faz parte.

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O professor Neilton Fidélis (IFRN/UFRJ) falou sobre as iniciativas acadêmicas na área de recursos hídricos e citou como exemplo um projeto integrativo socioambiental realizado no semiárido nordestino voltado para a área de energia. “Nesse projeto, trabalhamos com tecnologia para propor alternativas de uso e produção de energia que contribuam para questões referentes a segurança hídrica e energética nessas regiões como, por exemplo, construção de fogões solares”, explicou.

No Rio Grande do Norte, a média de armazenamento de água nas principais bacias hidrográficas  é de 17,8%, volume  considerado baixo de acordo com Gilmar Bristot, representante da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado (Emparn). “A previsão para os próximos 5 meses é de poucas chuvas na região do Trairi e uma melhora no nível das precipitações nas regiões leste e agreste do Estado”, conclui.  Para Bristot, o monitoramento das chuvas é importante como parte do planejamento da gestão hídrica.

Já o representante da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Franklin Rocha, apresentou as ações do órgão estadual, dentre eles, o Programa Água Doce, que é responsável por levar água potável, através de sistemas de dessalinização, para a população das regiões semiáridas do Rio Grande do Norte.  “As regiões do Seridó e Alto Oeste estão em situação hídrica bastante frágil. Nessas áreas, o foco do trabalho do governo estadual é maior”, destacou Rocha.

Exemplo de Israel

Os desertos de Israel e o sertão nordestino estão separados por milhares de quilômetros, mas ambos lidam com os mesmos desafios: regiões áridas e de pouco investimento. A pesquisadora e professora da UFRN, Magda Guilhermino, mostrou as diferenças entre Brasil e Israel na gestão de águas e produção em terras áridas.

Segundo Magda, a necessidade de superar as restrições naturais do solo, água e clima, levou Israel a desenvolver tecnologias na área da irrigação agrícola e atualmente o país ganhou reputação mundial com mais de 80% de produtos exportados do setor agrícola. “Mais de 50% da irrigação é de água de reuso e isso tornou o país pioneiro em inovações nessa área”, destacou a professora.

Ciclo de Debates

O evento tem como proposta debater os principais problemas do setor de recursos naturais e energia, buscando encontrar  soluções que possam ser encaminhadas aos órgãos reguladores e executivos do setor. O Ciclo de Debates do Conselho Técnico Científico do CERNE terá outras edições ao longo do ano com temas que abordam recursos naturais e energia. A programação completa está disponível no site www.cerne.org.br.

Fonte: CERNE Press

 

 

 

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