Relatório feito pela EPE mostra que geração distribuída pode chegar a 164 GW, avaliando apenas telhados de residências
O potencial técnico da energia solar fotovoltaica no Brasil pode chegar a 30 mil GW, segundo divulgado pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica. O número é superior à somatória das demais fontes de geração do país, e mais de 200 vezes maior do que a capacidade instalada da atual matriz elétrica brasileira, que é de 143 GW. Um relatório recente da Empresa de Pesquisa Energética sobre o potencial das energias renováveis no Brasil mostra que 2015 foi um ano recorde de geração de renováveis, e apurou, pela primeira vez, de modo quantitativo, o potencial técnico da energia solar fotovoltaica no País. O estudo apontou um potencial de geração centralizada de mais de 28.500 GW, considerando as diferentes regiões do País e espaços com viabilidade técnica, econômica e socioambiental para a implantação destes projetos.
O levantamento já exclui da análise as regiões com áreas ambientais protegidas, como Amazônia, Pantanal, Mata Atlântica, terras indígenas, comunidades quilombolas e áreas de preservação permanente. Já em relação à geração distribuída solar fotovoltaica – com a implantação dos sistemas em edifícios- um mapeamento preliminar da EPE aponta um potencial de mais de 164 GW apenas para os telhados de domicílios brasileiros. Este número deverá se multiplicar diversas vezes quando o mapeamento também incluir o potencial de edifícios comerciais, industriais, rurais e do poder público.
De acordo com o presidente executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, embora a fonte contribua atualmente com 0,02% do atendimento à demanda da matriz elétrica brasileira, a projeção de crescimento da fonte indica que até o ano de 2024, este percentual deverá atingir mais de 4%, e até 2030 mais de 8% da demanda nacional. Segundo ele, o crescimento da energia solar fotovoltaica na matriz elétrica brasileira trará maior diversidade de suprimento e segurança energética ao país, contribuindo para a atração e desenvolvimento de uma nova cadeia produtiva nacional, com responsabilidade ambiental e redução de emissões de gases de efeito estufa.
“Esse potencial é de 28,5 mil GW, são quase 30 TW, e isso para nós é totalmente compreensível, os estudos feitos pelo National Renewable Energy Laboratory nos Estados Unidos também apontavam para esse potencial de dezenas de milhares de gigawatts que a Absolar já havia divulgado no passado em números qualitativos e que a EPE confirmou em números quantitativos”, comentou Sauaia na primeira edição do Brasil Solar Power, realizado no Rio de Janeiro. “A EPE já fez mapeamento preliminar das áreas de telhados residenciais e aponta potencial de 164 GW de solar em geração distribuída. E ainda falta incluir no cálculo o comércio, indústria, estacionamentos… então esses números serão multiplicados. A conclusão é de que há potencial para a solar fotovoltaica, isso mostra que a fonte é a maior do Brasil e maior que a somatória de outras fontes assim como ocorre em outros países, agora temos essa ideia do potencial de mais de 200 vezes o que temos de capacidade instalada no Brasil”, concluiu ele.
Fonte: Pedro Aurélio Teixeira e Mauricio Godoi, da Agência CanalEnergia, do Rio de Janeiro, Planejamento e Expansão