Estado tem 3,1 GW contratados, o que elevará sua potência instalada para 7,3 GW até 2025, à frente da Bahia
Marcelo Furtado | Energia Hoje
A se basear pelos projetos em operação, em construção e contratados não iniciados, o Rio Grande do Norte continuará a ser o principal estado gerador de energia eólica do país. Atualmente, segundo dados da Aneel, o estado potiguar tem 4.176,84 MW instalados, em 156 parques, o que representa 27% da capacidade eólica nacional de 15,4 GW. A Bahia é o segundo, mesmo com mais parques (167), porém com potência instalada menor, de 4.054,39 MW.
E o cenário é de manutenção da liderança. De acordo com levantamento da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte (Sedec), há 24 parques em construção (915 MW) e mais 62 contratados e não iniciados (2,2 GW). Esses 3,1 GW de capacidade farão o RN chegar a 7,3 GW, com 242 parques, até 2025. Já a Bahia, segundo dados da Aneel, tem 2,2 GW contratados (1 GW em construção e 1,2 GW não iniciados).
Com cerca de 2 mil aerogeradores em operação, o estado conta a seu favor o potencial eólico espalhado no litoral e no interior, tanto em região serrana (Serra de Santana) como plana (Mato Grande). “É o diferencial do estado, porque por exemplo no Ceará os bons ventos são no litoral e na Bahia, no interior”, explicou Darlan Santos, o diretor-presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne), de Natal (RN).
Segundo Santos, a continuidade da expansão se dá em todo o estado, mas com destaque em áreas que envolvem a região do Mato Grande, Serra de Santana e os municípios da Costa Branca, Serra do Mel e Areia Branca. Em Serra do Mel, há a maior potência contratada potiguar, de 769 MW. Com esse projetos (principalmente da Voltalia e da Echoenergia), segundo levantamento da Sedec, até 2025 a cidade representará 24% da potência contratada do RN.
Na região do Mato Grande, que engloba área de 5.732 km2 entre o litoral norte e o interior, continua Santos, os destaques são os municípios vizinhos João Câmara e Parazinho, cada um deles com 22 projetos instalados e que juntas totalizam em potência instalada 1,3 GW, com 742 MW e 629 MW, respectivamente. “Essas duas cidades têm a maior densidade de aerogeradores do estado e João Câmara se tornou um centro de operação e serviços para o setor”, disse. Na mesma região, outros municípios atraem investimentos, como Bento Fernandes, Jandaíra, Maxaranguape, Pedra Grande, Rio do Fogo, São Miguel do Gostoso, Touros e São Bento do Norte.
Segundo o presidente do Cerne, com todos os projetos, contratados nos últimos leilões e outros para o mercado livre, a expectativa é de se atrair para o estado até R$ 14 bilhões em investimentos até 2025. Desde 2009, quando houve o primeiro leilão para eólicas no país e o RN foi o maior contratante, com 23 projetos, já foram investidos cerca de R$ 15 bilhões.