Relatório aponta indicadores climáticos mundiais para 2023

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É esperado que 2023 tenha um crescimento de 18% em energia renovável

Um relatório publicado pela empresa de tecnologia e dados Bloomberg mostra um levantamento dos números climáticos relativos ao ano de 2022 e os principais indicadores climáticos para 2023. Segundo o documento, um primeiro levantamento realizado pela Organização Meteorológica Mundial, no último mês de novembro, estima que o ano de 2022 foi o quinto ou o sexto ano mais quente já registrado, com 1,15º acima da média. Isso faria dos últimos oito anos, os mais quentes desde o início das medições globais, de acordo com a contagem da OMM.

A julgar pelos primeiros dias de 2023, a tendência de aquecimento parece continuar. O ano começou com um dos períodos de calor mais severos do inverno nos registros europeus, de acordo com meteorologistas. Depois que o continente quebrou recordes de calor no verão pelo segundo ano consecutivo em 2022, novos picos sazonais foram registrados em vários países europeus no dia de Ano Novo.

As emissões estão crescendo

Com o aumento das temperaturas, as emissões de gases de efeito estufa que aquecem o planeta atingem recordes. As emissões da queima de combustíveis fósseis e a produção de cimento aumentaram cerca de 1% no ano passado em relação a 2021, para 36,6 gigatoneladas de dióxido de carbono. Isso é ainda maior do que 2019, um ano antes da pandemia causar uma queda sem precedentes – mas temporária – nas emissões, de acordo com o Global Carbon Project, uma colaboração científica internacional que faz as estimativas todos os anos.

O uso de petróleo liderou o aumento das emissões em 2022, especificamente para a aviação, à medida que as viagens internacionais se recuperaram em relação às taxas pré-pandêmicas. Tanto o petróleo quanto o carvão terminaram o ano com demanda maior do que em 2021. O relatório da Bloomberg aponta que, com a crise energética gerada pela invasão da Rússia à Ucrânia, países europeus recorreram a métodos “mais sujos” de combustíveis fósseis, como ao carvão. O choque energético repercutiu em todo o mundo, até então a China teria aumentado a produção de carvão para ajudar a satisfazer os mercados.

Segundo a publicação, os cientistas do clima atualizam todos os anos o tamanho do “orçamento de carbono” ou a quantidade de CO₂ que a humanidade pode emitir antes de abrir mão de uma chance de 50% de manter o aquecimento global abaixo das metas acordadas internacionalmente. Segundo o documento, restam cerca de nove anos de emissões nas taxas de 2022 para ter metade de uma chance na meta de 1,5ºC e 30 anos antes que as chances de atingir o limite superior de 2ºC diminuam. Para que o mundo atinja emissões líquidas zero até 2050, os países teriam que cortar as emissões a cada ano a um ritmo “comparável ao decréscimo observado em 2020 durante a pandemia de COVID-19”, de acordo com o Projeto Global de Carbono.

Um boom nas energias renováveis

A publicação estima que é esperado que o investimento em renováveis continue crescendo, mas aponta que não está claro quando essa expansão se traduzirá em um declínio nas emissões globais de gases de efeito estufa. De acordo com a Bloomberg, 2023 trará um crescimento de 18% em energia livre de carbono. Isso deve somar mais de 500 gigawatts de energia eólica, solar, armazenamento de eletricidade, energia nuclear e geotérmica em 2023, as adições de eletricidade mais limpas devem atingir 1,4 terawatts por ano até 2030 para entrar no caminho do líquido zero.

Pelo menos 18 países viram as emissões diminuírem por mais de uma década, de acordo com a mais recente revisão do Painel Intergovernamental das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. À medida que os números globais se misturam aos registros regionais e nacionais, no entanto, a imagem se torna mais complicada.