Transmissão de energia corre risco de ser ‘elo fraco’ da transição, diz IEA
Nayara Machado / Agência EPBR
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Uma das expectativas em relação à Conferência Climática da ONU (COP28) marcada para o final do ano, nos Emirados Árabes Unidos, é que os líderes globais abracem a ambição de triplicar a produção de energia renovável e dobrar a produção de hidrogênio até 2030 como estratégia para limitar o aquecimento do planeta.
Algo que vai demandar trilhões de dólares em investimentos em adições globais de capacidade renovável.
E outros US$ 600 bilhões por ano até 2030 em linhas de transmissão e distribuição para escoar toda essa eletricidade.
Novo estudo da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) mostra que as redes elétricas não estão acompanhando o rápido crescimento de tecnologias de energia limpa, como solar, eólica, carros elétricos e bombas de calor.
“Sem maior atenção política e investimento, deficiências na extensão e qualidade da infraestrutura de rede podem tornar inatingível o objetivo de limitar o aquecimento global a 1,5 °C e minar a segurança energética”, alerta o relatório.
Pelos cálculos da agência, alcançar todas as metas nacionais de clima e energia exigirá adicionar ou substituir 80 milhões de quilômetros de linhas de energia até 2040 – quantidade equivalente à rede global existente.
Embora o investimento em energias renováveis tenha quase dobrando desde 2010, o investimento global em redes ficou estático em cerca de US$ 300 bilhões por ano.
“Devemos investir em redes hoje ou enfrentar um impasse amanhã”, resume o diretor executivo da IEA, Fatih Birol.
“O recente progresso nas energias limpas que vimos em muitos países é sem precedentes e motivo de otimismo, mas isso pode ser colocado em risco se governos e empresas não se unirem para garantir que as redes elétricas do mundo estejam prontas para a nova economia global”, completa.