Eólica offshore deve atrair US$ 1 tri na próxima década

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No Brasil, a expectativa é de que a primeira máquina entre em operação até o final da década

Uma reportagem publicada pela Agência EPBR mostrou que a análise da consultoria Wood Mackenzie (WoodMac) projeta quase US$ 1 trilhão em investimentos para a indústria eólica offshore na próxima década. Até 2030, a expectativa é que 24 países tenham parques eólicos offshore de grande escala, acima dos nove atuais.

A capacidade total deverá atingir 330 GW, acima dos 34 GW em 2020. Até 2030, a produção de energia em alto mar deverá atrair a mesma quantidade de capital que as eólicas em terra.

Os custos, que já caíram 50% entre 2015 e 2020, devem cair ainda mais segundo a consultoria, que vê a tecnologia se tornando cada vez mais competitiva.

Protagonismo do tema no Brasil é do Cerne

Desde 2017, o Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (Cerne) já começou a movimentar os grupos de trabalho em relação ao surgimento da Eólica Offshore no Brasil.

A instituição falou pela primeira vez sobre esse tema no evento “All About Energy”, ocorrido em 2017. Durante o evento, foi realizada a primeira plenária em que o debate foi totalmente voltado para a questão da Eólica Offshore. O Diretor-presidente do CERNE, Darlan Santos, lembra que a primeira discussão envolveu instituições e universidades e resultou no entendimento de que, em um futuro próximo, essa modalidade viria para o Brasil. “A partir daí, criamos uma agenda Offshore composta por duas ações. A primeira estabelecendo que em todas as ações que o CERNE viesse a desenvolver, o tema “Eólica Offshore” estaria presente. Já a segunda ação foi o estabelecimento de uma comissão, composta por representantes de empresas, instituições e universidades, para análises e estudos sobre a implantação desse novo mercado no Brasil”, completa Darlan Santos.

O Cerne foi um dos colaboradores para a elaboração do texto do projeto de lei que regulamenta a produção e exploração da Eólica Offshore no Brasil (PL 576/2021). O cenário Offshore no país conta, atualmente, com dois projetos de lei em análise no Senado, um projeto de lei que está sendo analisado pela Câmara dos Deputados, além de um texto publicado pelo Ministério de Minas e Energias com uma proposta para tentar realizar a regulamentação do tema. E o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já tem cadastrados mais de 80 GW de projetos no Brasil, muitos deles já em fase de desenvolvimento.

A expectativa do CERNE é que, até o final desta década, entre em operação a primeira máquina Offshore no país. “A expectativa é que isso aconteça no Rio Grande do Norte e que essa implantação esteja atrelada também à produção de hidrogênio verde. Então, além da produção de energia elétrica a partir das usinas Offshore, teremos a possibilidade de utilização da energia desses parques Offshore na produção de hidrogênio verde”, afirma Darlan Santos.