Segundo dados da Absolar, a capacidade instalada das grandes usinas e dos pequenos projetos ultrapassou 17 GW. Investimentos somam 90 bilhões de reais em 10 anos
Rodrigo Caetano | Portal da revista Exame
Desde fevereiro, a capacidade instalada de energia solar cresce 1 GW por mês no país. Em julho, a fonte ultrapassou a marca de 17 GW, o equivalente a 8,4% da matriz elétrica brasileira. Atualmente, a geração fotovoltaica é a terceira maior, perdendo apenas para a hidrelétrica e a eólica. Os dados são da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
Nesse ritmo, a fonte solar chegará ao dobro de capacidade da maior usina hidrelétrica nacional, a Itaipu, que opera com 14 GW, em fevereiro de 2023. É um resultado expressivo para um tipo de geração que, há meia década, dava traço na matriz brasileira. “A fonte ajuda a diversificar o suprimento de energia elétrica do País, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e o risco de ainda mais aumentos na conta de luz da população”, afirma Rodrigo Sauaia, CEO da Absolar.
O setor está dividido em duas modalidades de geração. Existem as grandes usinas, que são projetos voltados para a venda de energia no mercado livre e para atender os maiores consumidores, em especial o setor corporativo. Nesse modelo, são 5,3 GW de potência e cerca de 27 bilhões de reais em investimentos desde 2012.
A maior parte da geração solar, no entanto, está espalhada pelos telhados de residências e pequenos negócios, no modelo de geração distribuída. São pessoas que optam por gerar a própria energia, sempre com o intuito de reduzir a conta de luz. São quase 12 GW de potência instalada, um pouco menos do que Itaipu, e mais de 63 bilhões de reais em investimentos na última década.
Crescimento constante e prolongado
Os números mostram a resiliência da fonte solar. De acordo com a entidade, a energia solar trouxe ao Brasil 90,5 bilhões de reais em investimentos, 24,6 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e gerou mais de 514 mil empregos, nos últimos 10 anos. Também evitou a emissão de 25,5 milhões de toneladas de carbono.
á ainda o benefício de custo. “As usinas solares de grande porte geram eletricidade a preços até dez vezes menores do que as termelétricas fósseis emergenciais ou a energia elétrica importada de países vizinhos, duas das principais responsáveis pelo aumento tarifário sobre os consumidores”, afirma Carlos Dornellas, diretor da Absolar. “A fonte ajuda a diversificar o suprimento de energia elétrica do País, reduzindo a pressão sobre os recursos hídricos e o risco de ainda mais aumentos na conta de luz.