Consumo de hidrogênio pelo G7 pode crescer sete vezes até 2050, diz agência

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Irena recomenda aos membros do G7 que impulsionem um mercado global, alinhando formulação de políticas e certificação

Agência EPBR

Relatório da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena, em inglês) publicado esta semana na COP27, no Egito, aponta que os membros do G7 podem ser os pioneiros na implantação de tecnologias de baixo carbono e hidrogênio verde.

Segundo a agência, o consumo de hidrogênio pelo grupo dos países mais industrializados do mundo pode crescer entre quatro e sete vezes até 2050.

O Accelerating Hydrogen Deployment in G7: Recommendations for the Hydrogen Action Pact vê algumas das condições mais favoráveis, como acesso ao capital, presença da indústria pesada, disponibilidade de fontes renováveis, indústria local de hidrogênio verde e know-how técnico nos países do G7, onde os compromissos de emissões líquidas zero até 2050 exigirão uma implantação significativa de hidrogênio verde.

“Isso também é o centro da descarbonização de usos finais e setores difíceis de reduzir, como produção química, siderurgia, aviação de longa distância e transporte marítimo. Custos de energia renovável continuamente baixos tornaram o hidrogênio verde uma opção atraente, se não a única, de descarbonização”, diz o documento.

O novo relatório recomenda uma estrutura do G7 para alinhar a formulação de políticas e assumir compromissos concretos para harmonizar os padrões e a certificação de hidrogênio.

Serviria para compartilhar lições da implementação inicial e direcionar o foco para a demanda.

Embora o G7 tenha potencial para consumir cerca de 28% do hidrogênio global, a demanda agregada foi de cerca de 24,2 milhões de toneladas de hidrogênio em 2020, principalmente de combustíveis fósseis. Os Estados Unidos foram o maior consumidor no G7, seguido de perto pela União Europeia.

Além disso, das 65 mil patentes de hidrogênio registradas globalmente entre 2010 e 2020, os membros do G7 representaram 50%, sendo dois terços do Japão.

Enquanto União Europeia como um todo e Alemanha pretendem se tornar exportadores de tecnologia, com base em seu desenvolvimento industrial — no final de 2021, cerca de metade de todos os fabricantes de eletrolisadores estavam na Europa.

Para o diretor-geral da Irena, Francesco La Camera, uma ação conjunta colocaria esses países em uma posição ainda mais vantajosa para determinar as condições de um futuro mercado com o Hydrogen Action Pact.

“Os formuladores de políticas também devem mostrar liderança ao compartilhar conhecimento, finanças e know-how político com a comunidade internacional para replicar oportunidades e melhores práticas em qualquer outro lugar do mundo”, observa Camera.

“Crucialmente, com a cooperação internacional, o mercado emergente de hidrogênio tem potencial para ser mais inclusivo, com oportunidades para países desenvolvidos e em desenvolvimento. A intenção clara deve ser transmitida, para sinalizar confiança aos investidores e à indústria”.

Metas para consumo

Pelo menos 25 países, além da União Europeia, lançaram estratégias nacionais para o hidrogênio nos últimos anos, levando a projeção global de capacidade de eletrólise para 145-190 gigawatts (GW) até 2030, mostra a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês).

E se todos os projetos em andamento se concretizarem, a produção de hidrogênio de baixa emissão poderá chegar a 16-24 milhões de toneladas por ano até 2030, com mais da metade vindo de eletrolisadores movidos a energia renovável.

Mas falta atenção à demanda.

“A crise energética fortaleceu ainda mais o interesse pelo hidrogênio, mas é necessário maior apoio político para impulsionar novos e mais limpos usos do hidrogênio na indústria pesada e no transporte de longa distância”, alerta a IEA.

De acordo com a agência, as metas anunciadas até agora para estimular a demanda cobrem apenas 4% do que é consumido hoje pela indústria, ou seja, cerca de 4 milhões de toneladas(Mt).