Os destaques são veículos elétricos e híbridos, embalagens não plásticas e turbinas eólicas
Nayara Machado | Agência EPBR
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O comércio global desacelerou no segundo semestre de 2022, mas a demanda por produtos ecologicamente corretos permaneceu forte, mostra um relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) publicado nesta quinta (23/3).
De acordo com o levantamento, o comércio de produtos classificados como “verdes” — por usarem menos recursos e/ou poluírem menos — cresceu 4% no segundo semestre do ano, atingindo um recorde de US$ 1,9 trilhão em 2022. No geral, o comércio global atingiu US$ 32 trilhões.
Os destaques são veículos elétricos e híbridos, embalagens não plásticas e turbinas eólicas.
Energia foi, de longe, o setor que teve o melhor resultado no quarto trimestre, com 24% de crescimento na comparação anual — embora tenha sido um volume 10% menor quando comparado com o trimestre anterior.
Um movimento que veio para ficar
A UNCTAD estima que, até 2030, o valor do mercado de carros elétricos, energia solar e eólica, hidrogênio verde e outras tecnologias consideradas ecológicas deve quadruplicar, atingindo US$ 2,1 trilhões.
As receitas do mercado de veículos elétricos podem aumentar cinco vezes, saindo dos US$ 163 bilhões atuais para US$ 824 bilhões até 2030.
Contribuem para essas perspectivas as políticas de países ricos para alavancar a produção e incentivar o consumo de baixo carbono.
De outro lado, a organização vê também um risco de intensificação das desigualdades econômicas, já que países emergentes e vulneráveis têm menor margem financeira para criar subsídios como Estados Unidos e Europa estão fazendo.
“Os países em desenvolvimento precisam de agência e urgência para apresentar as respostas políticas corretas”, alerta Shamika N. Sirimanne, diretora da divisão de tecnologia e logística da UNCTAD.
Ela explica que, para se beneficiar da revolução da tecnologia verde, são necessárias políticas industriais, de inovação e de energia específicas para a descarbonização nesses países.
“À medida que os países em desenvolvimento respondem às crises urgentes e interconectadas de hoje, eles também precisam tomar ações estratégicas e de longo prazo para criar inovação e capacidades tecnológicas para estimular o crescimento econômico sustentável e aumentar sua resiliência a crises futuras”, completa.