Um relatório feito pela Agência Internacional de Energia Renovável em parceria com a Organização Internacional do Trabalho mostrou que o Brasil gerou 1,4 milhão de novos postos de trabalho na indústria
Robson Rodrigues / Valor Econômico
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Um relatório feito pela Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostrou que o Brasil gerou 1,4 milhão de novos postos de trabalho na indústria de energias renováveis em 2022. O país só perde para a China (5,56 milhões) e está à frente dos Estados Unidos (994 mil) e da Índia (988 mil).
O aumento de empregos é reflexo do forte crescimento das fontes renováveis no Brasil, que vêm ditando a expansão do setor elétrico. O destaque ficou para a geração solar, com 241 mil empregos gerados; seguido do segmento de energia hidrelétrica, com 194 mil postos de trabalho; e eólicas, com 68 mil cargos. Já o segmento de biocombustíveis líquidos teve um salto de 856 mil empregos, mas considera empregos indiretos na fabricação de equipamentos, de acordo com a décima edição de Energias Renováveis e Empregos: Revisão Anual 2023.
No caso da fonte solar, o aumento de empregos acompanha o crescimento da capacidade instalada. A fonte saiu de 14 gigawatts (GW) de potência instalada no final de 2021 para 25 GW no final de 2022, somando geração de grande porte (centralizada) e pequenos sistemas fotovoltaicos em telhados e terrenos (geração distribuída). Já a fonte eólica no Brasil, em 2022, teve um recorde de instalações e ultrapassou a barreira de 4 GW de nova capacidade instalada, ao somar as potências em operação comercial e em teste.
Ao que tudo indica, as duas fontes devem continuar impulsionando o crescimento de novos empregos no Brasil. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que a expansão da capacidade instalada da matriz elétrica foi de 7 GW entre janeiro e agosto de 2023. Desse total, 6,2 GW têm origem nas fontes solar e eólica. Na série histórica, este ano apresentou o maior aumento da geração solar e o segundo maior incremento na energia eólica. As fontes renováveis compreendem 83,79% de toda a matriz elétrica do Brasil.
No mundo, a energia solar fotovoltaica também foi a maior empregadora em 2022, alcançando 4,9 milhões de empregos, mais de um terço da força de trabalho total no setor das energias renováveis.
A conclusão do relatório é que as energias renováveis estão cada vez mais atraindo investimentos crescentes, conduzindo à criação de empregos. A maior parte deles está concentrada na China, que representa 41% do total global, seguido de Brasil, União Europeia, Índia e Estados Unidos.
“2022 foi outro ano notável para empregos em energias renováveis, em meio a desafios multiplicadores. Com mais investimentos em tecnologias de transição energética, a criação de milhões de empregos deverá ser feita em um ritmo muito mais rápido”, disse em nota o diretor-geral da Irena, Francesco La Camera. Isso porque, no início deste mês, os líderes do G20 concordaram em acelerar os esforços para triplicar a capacidade global de energias renováveis até 2030.