Levantamento da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica mostra que a geração de energia limpa cresceu 6% no primeiro quadrimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2021.
Jornal da Globo
O Brasil aumentou a produção de energia limpa e reduziu a de usinas consideradas mais poluentes, nos primeiros quatro meses de 2022. O levantamento da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica mostra que a geração de energia limpa cresceu 6% no primeiro quadrimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2021.
No Sistema Interligado Nacional, a participação da energia hidráulica, que são das hidrelétricas, passou de 73% no ano passado para 77% este ano. A eólica, dos ventos, de 9% chegou a 10%. E a solar, dobrou: de 1% para 2%. No mesmo período, a energia térmica teve uma redução de 17% para 11%.
Apesar do crescimento de 100% da energia solar, essa é uma matriz energética ainda com pouca participação no sistema. No caso das hidrelétricas, os reservatórios do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, que é o mais importante do país, já estão com quase 70% da capacidade. Em 2021, eles chegaram a ficar com 16%.
Apesar da bandeira tarifária ter sido retirada das contas, o consumidor ainda vai continuar pagando mais caro pela energia. De acordo com o gerente do Instituto de Energia e Meio Ambiente, Ricardo Baitelo, esse dinheiro a mais é para pagar o uso intenso das usinas termelétricas em 2021.
“Que os próximos leilões contratem cada vez menos as termelétricas. Elas foram usadas em tempo integral no ano passado, mas o ideal é que elas sejam usadas apenas estrategicamente no Brasil, porque o impacto está muito alto sobre a conta de luz, sobre a inflação e sobre o poder de compra do brasileiro”, diz Ricardo Baitelo.
O especialista em energia afirma, ainda, que o Brasil precisa incentivar o aumento das energias solar e eólica no Sistema Interligado Nacional.
“Não existe um limite para a participação das fontes eólicas e solar na matriz, o potencial delas é gigantesco. Então, o Brasil tem todas as condições de ser um país que tem uma matriz elétrica diversificada, que não mais dependa, principalmente, da fonte hidrelétrica”, afirma Baitelo.