Presidente do CERNE fala sobre venda de 34 campos terrestres no RN pela Petrobras

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O Presidente do Cento de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE) e futuro Senador da República pelo Rio Grande do Norte (PT/RN), Jean-Paul Prates, comentou a respeito da decisão aprovada pelo Conselho de Administração da Petrobras e anunciada ontem, 27, sobre a cessão da participação total da estatal em 34 campos de produção terrestres, localizados na Bacia Potiguar, para a empresa 3R Petroleum.

O valor da transação é de US$ 453,1 milhões, sendo 7,5% desse valor (US$ 34 milhões) a ser pago na assinatura, prevista para o próximo dia 7 de dezembro, e o restante no fechamento da transação, considerando os ajustes devidos. Em um ano, a exploração dos campos em referência poderá movimentar 151,2 milhões de dólares no Estado.

Segundo Prates, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) deverá analisar detalhadamente esta cessão sob pena de prevaricação. “O Senado Federal deverá solicitar esclarecimentos em breve sobre os critérios de escolha usados pela Petrobras para a cessão de 100% de 32 campos e 50% de outros dois, do Polo Riacho da Forquilha, no RN. A microempresa 3R Petroleum ofereceu US$ 453,1 milhões e nunca operou um campo”, afirma.

Para o Presidente do CERNE, o ciclo do petróleo no Rio Grande do Norte está passando por dificuldades há tempos, em virtude de, segundo ele, teimosias e experiências quanto à formação de empresas locais para suceder a Petrobras: “Não temos mais tempo para erros. Fornecedores, trabalhadores e o Estado não podem estar inseguros quanto ao futuro do setor”, ressalta Prates.

A Petrobrás explica que a 3R Petroleum detém “os requisitos necessários para ser uma Operadora C no Brasil de acordo aos critérios da ANP”. Já o texto divulgado no Fato Relevante, afirma que “essa será a primeira operação da 3R Petroleum”. Prates conclui que tais afirmações “deixam insegurança”.

3R Petroleum – informações iniciais sobre a operação

Os planos iniciais da 3R Petroleum – o nome da empresa vem de redesenvolver, revitalizar e repensar – é investir na recuperação de poços inativos e, no curto prazo, elevar a produção de 6 mil barris/dia para 8 mil barris/dia. Em seguida, investir no aumento do fator de recuperação da reservas.

Parte da estratégia foi fechar um acordo de exclusividade com uma empresa de serviços, ainda mantida em sigilo, para oferecer condições comerciais mais favoráveis. A produção, inicialmente apenas de óleo, será vendida para a Petrobras, mas o plano é exportar no futuro e, para isso, há outro acordo de exclusividade com uma comercializadora.

Essas empresas participam da estruturação financeira do negócio. Além da empresa de serviço e da comercializadora, há uma operadora independente.

De acordo com um dos sócios da 3R Petroleum, que falou em condição de anonimato para o Portal especializado em política energética E&P BR, técnicos e executivos envolvidos no projeto têm experiência com redesenvolvimento de campos maduros e atuaram na Pérez Compac, empresa argentina comprada pela Petrobras em 2002, que também tinha ativos em outros países, como Bolívia, Peru, Equador e Venezuela.

A operação inclui os campos de Acauã, Asa Branca, Baixa do Algodão, Boa Esperança, Baixa do Juazeiro, Brejinho, Cachoeirinha, Cardeal, Colibri, Fazenda Curral, Fazenda Junco, Fazenda Malaquias, Jaçanã, Janduí, Juazeiro, Lorena, Leste de Poço Xavier, Livramento, Maçarico, Pardal, Patativa, Pajeú, Paturi, Poço Xavier, Riacho da Forquilha, Rio Mossoró, Sabiá, Sabiá Bico de Osso, Sabiá da Mata, Sibite, Três Marias, Trinca Ferro, Upanema e Varginha. São 100% Petrobras, com exceção de Cardeal e Colibri (Partex tem 50% e opera) e Sabiá da Mata e Sabiá Bico-de-Osso (Sonangol tem 30% e opera).

Surpreendeu
Empresas com foco em terra estiveram reunidas em Mossoró (RN), para o Fórum Onshore Potiguar, e muitos foram pegos de surpresa quando foi revelado que o negócio foi acertado com a 3R Petroleum, uma empresa pouco conhecida no setor  – já havia uma expectativa que algum fechamento relacionado ao projeto Topázio seria anunciado esta semana.

A conclusão desses negócios significará uma nova escala para o mercado de campos maduros no Brasil, tanto em terra quanto em águas rasas.

Fonte: CERNE Press com informações E&P Br