Na “safra dos ventos”, políticos e especialistas debatem futuro do setor eólico pós-pandemia

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Fórum Nacional Eólico realiza sua 13º edição com a participação dos principais agentes da indústria que mais cresce no país.

O mercado de geração eólica no Brasil se consolida a cada ano. Com o advento da pandemia, o setor está reaquecendo no país e agora precisa debater novas perspectivas para o futuro. Com 725 parques eólicos instalados em seu território e 19 gigawatts (GW) de capacidade instalada, a “indústria dos ventos” brasileira está entre as dez maiores do mundo.

Para Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, a eólica é uma história de sucesso para o Brasil. “Estamos em plena ‘safra dos ventos’, batendo sucessivos recordes de geração eólica. Até 2024, temos mais 10 gigawatts de capacidade instalada para entrar em operação no país”, afirmou o ministro durante a abertura do 13º Fórum Nacional Eólico – Carta dos Ventos 2021, realizado na última quinta (29).

“Temos conseguido montar, em poucos anos, uma cadeia produtiva eficiente que hoje é responsável por 80% da construção de uma torre eólica e de um aerogerador”, afirmou o ministro.

Já a questão do fornecimento de energia foi mencionada pelo presidente do Centro de Estratégias em Recursos Naturais e Energia (CERNE), Darlan Santos, que enfatizou a contribuição da fonte eólica para amenizar os efeitos da atual crise energética que o país enfrenta.

A pouca diversificação de fontes presentes na matriz energética e a não utilização eficiente das já existentes são cenários que preocupam o setor. “É necessário pensar em estratégias que utilizem todo o potencial que nosso país possui em fontes renováveis, como o da energia eólica e solar”, disse o executivo.

Líder nacional em geração eólica, o Rio Grande do Norte concentra hoje 188 usinas em operação, 53 em construção e 88 contratados que, no futuro, poderão garantir uma capacidade instalada de 10 gigawatts, o dobro do número atual. O Secretário Estadual de Desenvolvimento Econômico do Governo do RN, Jaime Calado, salientou que o estado já estuda investimentos no mercado offshore.

“Enxergamos uma realidade viável e que necessita de uma regulação urgente”, alertou o secretário. Empresas estão com projetos prontos, à espera da definição do marco regulatório e do momento adequado para investir. Atualmente, quatro projetos para a instalação de usinas eólicas offshore em território marítimo potiguar entraram com pedido de licenciamento no Ibama.

Regulação do offshore

As projeções políticas e regulatórias para o setor eólico nacional foram destaques apontados pelo Senador Jean Paul Prates (PT-RN). De acordo com o parlamentar, o Brasil consolidou a chegada da indústria dos ventos em terra e agora apresenta uma grande potência para gerar energia em águas marítimas.

Jean Paul é autor do Projeto de Lei que cria o marco regulatório para geração de energia offshore. Para o senador e especialista em energia, o mercado de energia offshore pode trazer mais atratividade e competitividade ao país nos próximos anos, devido às condições favoráveis de clima e ambiente operacional de baixo custo.

“Hoje, o Rio Grande do Norte e o Ceará são os estados que possuem as melhores áreas de costa marítima para a geração de energia no mar. No Brasil, esse mercado certamente será o mais atrativo e competitivo em todo o mundo nos próximos 5 ou 10 anos ”, frisou Jean. O texto da lei também incorpora a regulamentação de tecnologias abrangentes como a maremotriz (por meio das marés e ondas marítimas) e fotovoltaica (usinas solares flutuantes).